Não escrevo palavras bonitas, escrevo sentimentos bonitos...!
I do not write nice words! I write beautiful thoughts ...




quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Fui assassinado!...


Foto retirada da net

Fui assassinado!... Li-te-ral-me-nte assassinado.

- Como foi? Hum… não me recordo.
Também quem quer recordar a sua morte?!!
Apenas sei, que fui assassinado e ponto.
Sei até quem me matou!... (Num acto frio e calculista)
Mas, que se saiba!... Já não se mata como antigamente.
Ai não mata não! Dantes, ofereciam um cigarro
e deixavam proferir as últimas palavras.
Eram killers sentimentalistas, como o do Sepúlveda.
Agora, ai agora, tá bem tá! Agora, nem a profissão eles honram ou dignificam.
Aqui pra nós, que ninguém nos ouve, muitos, dos verdadeiros capones, pagos a soldo,
devem dar marradas de raiva e desprezo, lá na cova funda,
por causa destas novas gerações de assassinos.
Pudera… também, com tanta falta de profissionalismo.
Não existe, uma formação adequada, qualquer um, nos dias que correm,
pode ser assassino! Faz o RVCC e pronto… já são todos ”doutores”
que é, como quem diz, assassinos, Killers, matadores…
Porém, e em verdade se diga, o cigarro não me fez falta nenhuma,
há dez anos que larguei o vício, depois só me ia fazer mal!
Daí que, do mal, o menos. (afinal não foi assim tão frio)
Quanto às últimas palavras, aí, é que o “gajo” esteve mal, nota –zero.
Pergunto… será o tempo, assim tão valioso? Que o dito,
não pudesse, esperar um pouco e deixar-me dizer umas palavritas!
Podia até proferir uma bela retórica, (não que seja sofista) mas dado
que até me sentia inspirado… num daqueles dias em que as palavras
correm… corre a imaginação, corre a criatividade, enfim, tudo corre!...
E corre, assim sem mais pró quê! – Hehehe, uma das poucas coisas
que me lembro, aquando do meu homicídio (ainda presente na minha memória)
É que foi num dia, em que a imaginação fluía, rio acima, rio abaixo,
descia e subia falécias, esgueirava-se por entre montes e vales,
apanhava, boleia do vento e vinha parar ao lugar de sempre.
Às dunas! Meu deus às dunas… ai as dunas…

Como já deu para perceber, não sou eu que estou a narrar, é ele!
THE MURDERER! THE KILLER!
Vamos lá a ver, ELE que sou EU!… Na realidade EU que sou
ELE ou vice-versa… Para ser sincero, já não sei bem quem sou!
Se ELE ou EU.
Mas, afinal de contas… quem matou quem?..
Será necessária a intervenção do inspector MAIGRET?!!
Ora bem, é sabido que SARAMAGO matou RICARDO REIS.
“Mas eu, que nunca principio nem acabo,
nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.“
Não seria capaz de matar ninguém, muito menos EU ou ELE!
Até porque uma coisa pensa o assassino; outra coisa o assassinado.

José M. Silva

3 comentários:

  1. não interessa quem mata quem, mas o texto está interessante.

    mas confesso que não gosto de falar da morte, acho que é uma realidade que não consigo ainda aceitar, especialmente para a minha familia, amigos mais chegados...

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  2. Olá Angelina bom te vêr!

    A "morte" neste caso está muito viva.
    "Assassinados" somos nós todos os dias... escrevi este texto há uns meses, é um desabafo
    perante uma conversa de café.

    È uma realidade que também não aceito em especial na família. No entanto, infelizmente já tive que lidar com a dor. os amigos também são muito importantes, o meu melhor amigo já não está entre nós, mas a morte é algo que não desejo a ninguém!

    A ti e até porque é sexta feira desejo-te um bom fim de semana!

    Beijos

    José

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  3. Obrigada José, e bom fim de semana, pois lá para os meus lados duriense, a "coisa" está "feia": muito frio, geada, etc....

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