
Peguei nos pincéis
para pintar
o Porto.
O rio, o casario, os rabelos,
um espelho de mim
dos meus frustrados pensamentos.
Vou divagar, vou velejar,
vou roer… roer… vou roer de mim
vou ser o quanto a tristeza afunda,
e afundar-me em profundos sóis.
Vou chegar no fim e ser luz sem glória:
Vou riscar, vou pintar, vou pintar, vou riscar...
vou ser ânsia em amargos retoques:
Vou ser frente, vou ser verso,
vou ser gente, vou ser reverso.
Vou ser brisa, vou ser roda dentada,
um sem-fim excêntrico.
Vou girar, vou rodar, vou amar,
a mulher do meu poema!