O amanhecer descobre-nos o rosto
olhamos hesitantes por entre as árvores
que lentamente se desnudam
revelando-nos o vernáculo vácuo
com que adormecemos e acordamos
Desolados
tentamos apagar da memória
o futuro (des) construído
o presente cativo
o passado encapuçado
Com linhas e pontos
desenhamos formas
com formas personificamos objectos
com objectos abraçamos memórias
com memórias olhamos as estrelas
e desejamos a sua luz o seu brilho
Sinto a caneta a fluir
pelo branco do papel
parcialmente coberto de azul
Os segundos (des) continuados
marcam compassos desalinhados
com uns a fazerem -se de outros
outros a fazerem -se de alguns
e alguns harpejando ponteiros gigantes
O amanhecer descobre-nos o rosto
sabemos e sentimos o peso da vida
a ausência da luz e reflectimos sobre as sombras…
José M Silva (Poema inédito)
Acabei de o descobrir e gostei muito da sua poesia.
ResponderEliminarTemos alguns gostos em comum!
Um belo poema do José M. Silva. Um abraço para ele.
ResponderEliminarBeijos.
Olá Graça! Obrigado pelo comentário. Fico feliz por gostares do poema! Beijos e bom ano de 2014!
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