Rascunho o amanhecer dos teus olhos
nas folhas inconscientes que me caem aos pés.
Vejo as árvores a respirar o ar sufocante das ruas
que atravessam as pontes do teu caminho.
Os fluídos viciados
que circundam o teu hemisfério pensante
derrapam na indiferença do meu estar.
Não sei a palavra que és
nem mesmo sei a mascara que usas
quando te passeias pelas avenidas.
Só sei das palavras.
E por falar em palavras vou-te oferecer uma.
Só não sei que cor lhe dar!
Pensei no azul, mas achei-o demasiado frio.
Lembrei-me do vermelho mas achei-o demasiado quente.
De seguida ocorreu-me o branco mas achei-o demasiado neutro.
Se não te importas presenteio-te com uma palavra inefável.
José M Silva (Poema inédito)
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