De repente, o fogo veio
E aos poucos o dia calou a sua voz.
O silêncio era frio
E o nevoeiro repleto de raiva e ódio
Estendeu as suas garras
Sobre o Portugal futuro.
Os clarões viam-se ali bem de perto
Mais parecia um tempo sórdido de guerra
Onde os homens caem
Abatidos pela ignorância da terra.
E nós deambulávamos perdidos
Escondidos, tontos e amordaçados.
O medo paralisava-nos as pernas
E o suor frio escorria pela face
Entristecida por tanta madrugada perdida
Quando ouvimos uma voz que dizia:
“reparem naquele fogo…
Não é uma fogueira qualquer
Nem tão pouco um fogo que arde sem se ver.
É um contentamento descontente
Que embala o corpo sofrido
Que esmaga o sonho do espírito
Nessa dor que queima até à alma
Na amargura do nosso doer.”
Sim, é uma fogueira sem brilho
Que aquece no arrepio
De quem morre até morrer.
É uma fogueira de má sorte
Que apenas conduz à morte.
Rui Fonseca em No profundo da alma lusitana
António Rui Arrepia Fonseca natural de Foz-Côa.
Licenciado em Filosofia, pela Universidade do Porto.
Inserido numa lógica universal este livro, Leva-nos
numa viagem: histórico-cultural, consciente e analítica da
alma Lusitana. Com abordagens às terras de Ofiúsa,
ao Portugal Templário, à Inquisição...
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