Não escrevo palavras bonitas, escrevo sentimentos bonitos...!
I do not write nice words! I write beautiful thoughts ...




domingo, 22 de agosto de 2010

A bola para quem gosta de ir na bola:


Foto-Autor(a) HELDER J BARRETO

A bola para quem gosta de ir na bola:

é quadrada, velada, esquinada…

A bola para quem gosta de ir à bola

é um mundo novo de largos horizontes.

A bola para quem gosta de ir na bola:

é formatada, globalizada, sem sentidos…

A bola para quem gosta de ir à bola

é um apelo redentor à criatividade.


Os que vão na bola movem-se sempre:

em linha recta, perfilados, empalados…

Respiram um fumo negro e castrado.

Os que vão à bola são autónomos, criam novas

formas repletas de curvas e contracurvas.

Inalam o ar libertador e multicolor do verbo, que

espreita por trás do olhar como que ouvindo as cores.

Brincando com palavras e deleitamentos poéticos

sem peias rumo à plenitude, num voo nocturno

só versado a quem lê por dentro.


José M. Silva

Poema inédito

sábado, 14 de agosto de 2010

Helena



Helena
(Vilancete de Luís de Camões)

Se Helena apartar
do campo seus olhos,
nascerão abrolhos.

A verdura amena,
gados que pasceis,
sabei que deveis
aos olhos de Helena.
Os ventos serena,
faz flor de abrolhos
o ar de seus olhos.

Faz serras floridas,
faz claras as fontes...
se isto faz nos montes,
que fará nas vidas?
Trá-las suspendidas,
como ervas em molhos,
na luz de seus olhos.

Os corações prende
com graça inumana;
de cada pestana
ua alma lhe pende.
Amor se lhe rende
e, posto em giolhos,
pasma nos seus olhos.

Luís Vaz de camóes

Música da autoria de: José M. Silva
Guitarra e voz: José M. Silva
Video (Movie Maker) de: José M. Silva
Aguarelas do video de: José M. Silva

domingo, 1 de agosto de 2010


Foto: Marcelo J Costa (olhares)

Alimentam-se
de escárnios e de mal dizer.
O dia, nasce-lhes vazio e turvo,
a noite, alimenta-lhes o formatado ego,
a luz sombria alumia-lhes as têmporas
e ressalta na dogmática escuridão da noite.
Centram-se no ruidoso e narcísico palco,
bosquejam epistemologias sem recheio
e intuições desprovidas de conceitos.
Fazem vénias e sorriem ironicamente
agradecendo ao criador…

José M. Silva

Do Livro «As Sombras» 2010